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Crocheteira e Bordadeira

Érica

Parda, 31 anos, nascida e criada em Valéria, mora na Palestina desde os 16 anos.

E essa foi a primeira peça de Alane em seu novo “projeto 2020”. Vinda de uma família de mulheres do século XXII, visionárias, com bisavó costurando a mão, avó, mãe, tias e irmã, todas com dons voltados ao artesanato, não foi diferente com ela. Começou pelo fuxico, crochê, depois tomou coragem e comprou linha e agulha. Pensou, pensou, assistiu vídeos  e fez

a primeira peça de tricô a mão. Deu presente, praticou bastante e após encorajada por uma amiga, deslanchou e começou atender pedidos. Percebendo que suas mãos não eram suficientes para a produção, buscou informação e adquiriu máquinas usadas e, novamente ciente de sua capacidade aprendeu, a utilizá-las apenas ela, os manuais e uma ajudinha do digital.

Se interessou pelas formas que as linhas dão ao artesanato.

O início com o crochê aconteceu aos 12 anos, relata Erica. Ela se interessou pelas formas que as linhas dão ao artesanato: “Eu aprendi crochê, pintura, bordado e tapeçaria, só que atualmente estou trabalhando com crochê, que não é minha renda principal, mas ajuda muito nas minhas contas.”

Seu contato se deu pela Instituição “Ancilas”, com a professora Gildelice que mobilizou seu gosto pelo artesanato: “Quando entrei para fazer o curso, eu não pensava em vender. Entrei porque achava bonito, para aprender, porque eu queria ter uma roupa de crochê. A primeira roupa que fiz, foi uma saia, não dá mais em mim, mas tenho até hoje. Guardei como lembrança.”

Se inscreveu em um projeto pelo desejo de ensinar. “Algumas pessoas falam que querem aprender.

Eu falo, compra um tubo de linha, compra uma agulha que eu vou ensinar”.

Ela relata a dificuldade da desvalorização do trabalho do artesanato: “Não é todo mundo que dá valor. Gosta, mas não quer pagar o valor exato”.

Atualmente, o crochê a acompanha diariamente, assim como as demandas com o bordado, as responsabilidades como mãe e o trabalho dentro de casa.

“Faço crochê praticamente todos os dias. Eu fico rezando, porque também faço bordado, mas ninguém me ajuda, só Deus mesmo. Meu tempo fica dividido entre meu filho pequeno, o crochê, o bordado e as obrigações de casa. Quando pego um jogo de banheiro para fazer, eu pego seguro para terminar logo.”.

TEXTO: Vitória Benedita Dias

CONHEÇA O TRABALHO DE ÉRICA:

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