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Bordadeira

Bartira

Negra, 40 anos, natural de Feira de Santana, está em Valéria há 25 anos e atualmente mora na região do Lavrador.

E essa foi a primeira peça de Alane em seu novo “projeto 2020”. Vinda de uma família de mulheres do século XXII, visionárias, com bisavó costurando a mão, avó, mãe, tias e irmã, todas com dons voltados ao artesanato, não foi diferente com ela. Começou pelo fuxico, crochê, depois tomou coragem e comprou linha e agulha. Pensou, pensou, assistiu vídeos  e fez

a primeira peça de tricô a mão. Deu presente, praticou bastante e após encorajada por uma amiga, deslanchou e começou atender pedidos. Percebendo que suas mãos não eram suficientes para a produção, buscou informação e adquiriu máquinas usadas e, novamente ciente de sua capacidade aprendeu, a utilizá-las apenas ela, os manuais e uma ajudinha do digital.

"Eu sou mãe e precisava cuidar dos meus filhos"

Bartira, uma artesã, considera sua mãe artista que nutriu a raíz do artesanato que ela herdou. Ela veio morar com a mãe, em Salvador, quando  tinha 14 anos, e o artesanato permitiu com que esse reencontro reparasse o tempo distante. Sua mãe trabalhava no Sesc e isso proporcionou ficar mais próxima dos cursos disponibilizados pela empresa.

O bordado foi o que mais se identificou, iniciou confeccionando à mão, em seguida passou a fazer na máquina. Com dedicação e esforços, expandiu o conhecimento e a divulgação do seu trabalho, que fica por conta da clientela que tem no bairro além de parcerias com algumas costureiras que trocam indicações: “é uma ajudando a outra”.

O dom da sua mãe de criar e modificar é reconhecido por ela: “Minha mãe, ela é artista [...] tem coisas que ela cria do nada. Eu herdei um pouco, não totalmente, mas herdei um pouco disso. Eu sei reconhecer algo quando ela faz. Ela foi minha maior referência. O artesanato foi algo passado de mãe para filha. Tanto que hoje estou tentando ensinar a minha filha também.” 

A automatização possibilita um espaço importante para criação dos filhos e os trabalhos domésticos: “Me identifiquei mais com o bordado pela forma prática. A máquina me permite, por exemplo, colocar uma camisa lá, enfiei a linha, posso descer pra lavar um prato. É algo mais moderno. Pela facilidade. Eu sou mãe e precisava cuidar dos filhos e da casa."

Bartira fala de sua mãe

FONTE: Arquivo Artesãs de Valéria

Bartira fala de seu trabalho em Valéria

FONTE: Arquivo Artesãs de Valéria

TEXTO: Vitória Benedita Dias

CONHEÇA O TRABALHO DE BARTIRA:

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