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Amigurumi

Cíntia

Negra, 39 anos, nascida e criada em Valéria, atualmente mora na região do Temporal.

E essa foi a primeira peça de Alane em seu novo “projeto 2020”. Vinda de uma família de mulheres do século XXII, visionárias, com bisavó costurando a mão, avó, mãe, tias e irmã, todas com dons voltados ao artesanato, não foi diferente com ela. Começou pelo fuxico, crochê, depois tomou coragem e comprou linha e agulha. Pensou, pensou, assistiu vídeos  e fez

a primeira peça de tricô a mão. Deu presente, praticou bastante e após encorajada por uma amiga, deslanchou e começou atender pedidos. Percebendo que suas mãos não eram suficientes para a produção, buscou informação e adquiriu máquinas usadas e, novamente ciente de sua capacidade aprendeu, a utilizá-las apenas ela, os manuais e uma ajudinha do digital.

Cíntia, mulher, trabalhadora, estudante, mãe, esposa, filha. Um TCC, muito estresse, uma amiga fazendo arte, “amigurumi”, oba, uma válvula de escape, um incentivo, coragem e lá foi ela. Vídeos para treinar, aprovação da amiga profissional, graduada, esperando o nascimento de Valentina, mãos à obra. Produção iniciada, estudo de técnica, de preço, página para divulgar, com ajuda do sobrinho Pedro, busca por artesãs em Salvador e no Brasil, conhecimento.

Cíntia, ética, faz arte com generosidade, reconhecendo a dificuldade em receber dos clientes o valor pelo seu trabalho, os presenteia, doa a beleza de seus amigurumis a crianças prematuras em hospital.

Cintia, agora disciplinada, porém sem uma rotina estabelecida, conhece seu tempo, sabe contar com os imprevistos, e  “todo dia faz um pouquinho”, “esquece do tempo enquanto trabalha sua arte'', "queria viver do amigurumi”. Essa é Cintia sonhadora, imaginativa e intuitiva.

TEXTO: Rosane Rodrigues

CONHEÇA O TRABALHO DE CÍNTIA:

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